Além da Fronteira conta a história de amor entre Nimer e
Roy, que se apaixonam à primeira vista. Seria mais uma história de amor
como tantas, não fossem Roy e Nimer dois rapazes. O primeiro é um
estudante palestino. O segundo, um advogado israelense.
Não bastassem as diferenças culturais e religiosas entre as famílias
de ambos, eles ainda têm de lidar com a questão da homossexualidade em
uma terra em que o assunto é mais do que velado. “Diria que é mesmo um
tabu. Conheci alguns casais gays que viviam a mesma situação que a do
filme. A forma como cada um deles geria esses relacionamentos, com a
sociedade e a família, dependia muito da origem deles.
“O que valia a pena era a forma como essas pessoas, seja qual fosse o
país, a religião ou cultura, ajudavam umas às outras”, comentou Mayer.
“Mais do que fazer um filme político ou panfletário, vital era revelar
os dramas humanos, os sentimentos de cada um”, diz o diretor. “Quando um
amigo me falou dessa questão real do Oriente Médio, senti que era uma
história que tinha de ser contada. Muitos palestinos como Nimer têm de
lidar com o problema de não poder viver como cidadão em Israel. E a vida
de um casal como o deles fica como?”, questionou o diretor, que já tem
outros dois projetos engatilhados para 2014. Um deles é o drama sobre um
jogador de futebol americano. “É uma história forte, que também precisa
ser revelada. Não escolhi o tema de Além da Fronteira por tratar da questão gay, mas, sim, por ser uma boa história, humana, que vale a pena ser contada.”
Quando esteve em São Paulo, no início de novembro, para a exibição de seu primeiro filme, Além da Fronteira,
no Festival Mix Brasil, o diretor norte-americano Michael Mayer se
surpreendeu tanto com o interesse do público quanto da imprensa. “Agora
eu sou super famoso no Brasil. Nunca imaginei que tanta gente iria
querer conversar comigo sobre o meu trabalho”, brincou ele em conversa
com o Estado.
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