Ian Matos, de 24 anos, nasceu em Belém do Pará mas
morou há 7 anos em Brasília. O jovem atleta, que acaba de se mudar para o
Rio de Janeiro, contou que a capital não só o ajudou a treinar suas
habilidades para o salto ornamental como tornou possível o desejo de
viver abertamente sua sexualidade.
Em entrevista ao Corrêio Brasiliense, Matos falou pela primeira vez
sobre sua orientação sexual. Praticante da mesma modalidade, o atleta
revelou que a saída de armário do britânico Tom Daley também impulsionou a sua vontade de tornar publico quem realmente ele é.
“Quando vi [Tom Daley se assumindo], brinquei com um amigo. Falei que
ia fazer também. Ele aconselhou que eu esperasse passar as Olimpíadas
do Rio [em 2016] para não deixar de receber patrocínio. Não acho que vá
me atrapalhar, mas também não posso pensar que o mundo concorda comigo”,
declarou.
Segundo o atleta, que já foi três vezes campeão brasileiro na prova
de trampolim de 1 metro, ser homossexual assumido no esporte é o mesmo
que se assumir gay no colégio ou em qualquer outra situação em que possa
sofrer bullying.
“Parece que, por ser homossexual, você já começa um nível abaixo.
Ouvi muito ‘não vou perder para um viadinho’ ou ‘não acredito que você
perdeu para o viadinho’”, contou.
Para Ian Matos, o fato de atletas brasileiros não se assumirem é devido
não só ao preconceito no meio esportivo como na sociedade. “As pessoas
não estão preparadas para lidar com isso”, concluiu.
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